sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Jornalista-torcedor e o papel da imprensa no esporte

Essa semana foi notícia a confusão ocorrida no estádio Barradão(palco da final da Copa do Brasil deste ano) envolvendo o técnico do Goiás Emerson Leão e alguns de seus jogadores e integrantes da imprensa baiana. Obviamente é de lamentar tais acontecimentos, mas gostaria de fazer algumas relexões a respeito de uma figura que aqui vou intitular de jornalista-torcedor. Primeiramente, gostaria de dizer que não sou jornalista(apesar da grande vontade de ter sido, como já disse em outras postagens), mas tenho bastante admiração por essa profissão. Pois bem, pelo que eu sempre ouvi de pessoas que exercem esta profissão, a isenção é uma das bases do bom jornalismo. Já está mais do que comprovado que a isenção não existe. Entretanto, é possível noticiar sem ser tendencioso. Aliás os bons jornalistas fazem isso como ninguém.
Todavia, os fatos ocorridos ao final da partida entre Vitória e Goiás mostraram o oposoto disso. É lógico que o técnico Emerson Leão e seus comandados perderam totalmente a razão ao agredirem jornalistas. Estes, por sua vez, não deveriam nem estar em campo, local de trabalho dos jogadores.
Outra questão mais estrutural e tema principal deste post é o jornalista-torcedor. Um outro exemplo onde vimos esta figura foi no jogo entre Atlético/GO e Corinthians. Quando do gol do time da casa, alguns jornalistas comemoravam atrás do gol. Aí eu pergunto: cadê a tal da isenção? Ou o mínimo dela? Esta situação infelizmente é comum, torcedores que por serem jornalistas tem posição privilegiada para ver o jogo e ao invés de relatar os acontecimentos da partida, torcem a favor do time da casa de forma clara. Isso não só vale para os jornalistas que ficam a beira do gramado, há muitos narradores-torcedores também. No nível de seleções isso fica evidente. Por exemplo num jogo entre Brasil e Argentina, vemos os narradores e comentaristas torcerem obviamente para os primeiros. Aí repito a pergunta. Cadê o mínimo da isenção?
Dando nome aos bois, temos um exemplo fácil de um narrador-torcedor. Trata-se de Pedro Ernesto, da Rádio Gaúcha de Porto Alegre. Ele é um dos mais conhecidos e respeitados(inclusive por mim) locutores esportivos do país, porém ficou famoso nacionalmente quando narrou a final da Libertadores e disse ao microfone que o Internacional estava rasgando a camisa do São Paulo. Ato contínuo, torcedores e diretoria do São Paulo condenaram veementemente a atitude do narrador gaúcho.
Antigamente era mais fácil ser bairrista e assim o jornalista-torcedor e o narrador-torcedor atuarem. Porém com internet, em qualquer lugar do Brasil e do mundo podemos escutar estas rádios locais. Em suma, penso que a atuação da imprensa esportiva deva ser repensada para que episódios como este não se repitam, assim estas duas figuras, o jornalista-torcedor e o narrador-torcedor deixarão de existir.

Um comentário:

  1. Gostei MTO do seu Post, principalmente por ser BEM ATUAL. Pondero referente ao Técnico Leão, que ao invés do apelido felino deveria chamar-se Jumento, devido a sua falta de educação já demonstrada em outros clubes, e qt a a imprensa torcer pela seleção brasileira eu já ñ acho assim tão absurdo e concordo c/ vc q aos jogos de Campeonato brasileiro por exemplo, aí sim a imprensa têm que se manter realmente isenta, coisa q não acontece. Inclusive programas feitos em São paulo, os "debates bola" no qual eles sempre colocam os clubes de São Paulo como os principais do país, e exculhambam principalmente os do Rio. Sendo que são programas que passam para todo Brasil, enfim...
    É um Absurdo!
    Abs!

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